
Centenas de milhões de pessoas podem vir a desenvolver deficiências nutricionais devido ao aumento dos níveis de gás carbônico (CO2) na atmosfera. De acordo com pesquisas, 175 milhões de pessoas podem adquirir deficiência de zinco e 122 milhões de proteínas até 2050. Além disso, 1,4 bilhão de mulheres em idade fértil e crianças menores de cinco anos estarão mais propensas à anemia, devido a baixa ingestão de ferro.
Em um estudo publicado na revista Nature Climate Change, pesquisadores mostram que as concentrações destes nutrientes são significativamente mais baixas em culturas mantidas em ambientes com altos níveis de CO2, do que nas com condições atmosféricas normais.
De acordo com o estudo, baseado no GENuS (Global Expanded Nutrient Supply), países de baixa renda sofrerão um maior impacto com a perda de nutrientes em culturas básicas, como arroz, trigo e batatas. “A descoberta é mais importante para quem está próximo de um limiar de deficiência nutricional e conta com tais culturas alimentares para obter uma parte significativa de um nutriente específico de sua dieta”, explica Samuel Myers, coautor do estudo e diretor da Planetary Health Alliance, em Harvard.
Estas culturas são a principais fontes de alimento de mais de 3 bilhões de pessoas que não possuem condições de pagar por uma dieta diversificada. A Índia deverá ser o país com mais problemas acarretados pela falta de nutrientes. Segundo os pesquisadores, no país mais 50 milhões de pessoas sofrerão com deficiência de zinco; 38 milhões, de proteínas, e 502 milhões de mulheres e crianças vulneráveis a doenças associadas à deficiência de ferro.
Problemas de valor nutricional ao redor do mundo
Cerca de 2 bilhões de pessoas já sofrem com deficiências nutricionais. Outras 815 milhões não possuem acesso a alimentos com valor nutricional suficiente. Atualmente, 1,5 milhão de mortes são registradas todos os anos por problemas ligados à baixa ingestão de nutrientes, principalmente os de orgiem vegetal.
Pesquisadores apontam que, se nada for feito, nos próximo anos o problema de desnutrição, que já é grave a nível mundial, deverá se tornar ainda mais preocupante.