
Desde a última semana uma “nuvem de gafanhotos” atinge o leste da África. Países como Quênia, Somália e Etiópia estão vendo suas plantações serem destruídas por um enxame sem precedentes. Sudão do Sul, Uganda, Eritreia, Arábia Saudita, Sudão e Iêmen também estão em estado de alerta, com possível chegada da nuvem.
No Quênia, onde encontra-se o pior cenário, uma área de aproximadamente 70 mil hectares já foi completamente infestada pela praga.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), os insetos estão se alimentando de pequenas plantações de feijão e milho nessas regiões. Além disso, criações de animais têm sido prejudicadas, devido ao forte stress causado pelos bichos.
Segundo a FAO, um pequeno enxame de insetos é capaz de consumir em um único dia comida suficiente para 35 mil pessoas. A Organização já iniciou o trabalho de combate aos insetos.
Estima-se um custo aproximada de US$ 70 milhões para a pulverização de pesticidas na região. Porém, a ONU alerta a dificuldade do trabalho, por conta de milícias armadas e grupos terroristas em algumas regiões atingidas.
Nuvem de gafanhotos pode estar ligada às mudanças climáticas
Em 2019, uma nuvem de gafanhotos invadiu o Iêmen. Na ocasião, a quantidade de insetos era menor, mas os estragos foram de grandes proporções para a população local.
De acordo com especialistas, esse tipo de evento pode se tornar cada vez mais comum, devido às mudanças climáticas. Longos períodos de seca formam o cenário ideal para a proliferação dos insetos, bem como os fortes ventos que atingem a região são grandes aliados para a migração da nuvem de gafanhotos, que podem cobrir até 150 quilômetros em um única dia.