
Com 1,5 mil toneladas descartadas anualmente, o Brasil é o sétimo maior produtor de lixo eletrônico do mundo e lidera entre os países da América Latina. Isso é o que aponta o estudo Global E-Waste Monitor, realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Mesmo sendo o maior produtor entre os seus vizinhos, o Brasil segue longe do consumo consciente do lixo eletrônico. De todo o montante gerado, apenas 3% é coletado de maneira adequada. E, por conta da composição química, suprimentos de informática podem prejudicar o meio ambiente caso sejam descartados em lixo comum.
Fala-se muito sobre a reciclagem e o consumo de papel, mas é importante refletir também sobre os suprimentos utilizados em impressoras – aparentemente inofensivos. “O pó de toner contém carbono, polímeros e resinas que, apesar de não serem considerados tóxicos, exigem cuidados na hora de jogar fora. A queima dele pode liberar metais e, consequentemente, produzir gás metano, que pode provocar parada cardíaca e asfixia em humanos, além de potencializar o efeito estufa – e por ser altamente inflamável, é capaz de causar explosões. Já os cartuchos de jato de tinta são formados por resinas, solventes e corantes que podem contaminar o solo e lençol freático, afetando principalmente a água que consumimos, assim como a irrigação das plantações”, explica Rodrigo Oliveira, especialista em informática.
Principais problemas do lixo eletrônico
Muitos não entendem a dimensão dos problemas causados pelo lixo eletrônico. Estima-se que no Brasil haja 500 milhões de aparelhos eletrônicos sem uso nas casas, mais que o dobro da população. Estes pequenos, e tão úteis, aparelhos possuem dentro de si 15 tipos de metais diferentes. Alguns, como níquel, cobalto e chumbo são tóxicos e, se armazenados de forma errada, acabam se desprendo do aparelho e contaminando outros objetos ao redor.
Além disso, a reciclagem correta de uma tonelada de lixo eletrônico evitaria a emissão de três toneladas de gás carbônico, principal gás do efeito estufa.
Realidade pelo mundo
Na geração de lixo eletrônico o Brasil é seguido de longe na lista por México (958 mil toneladas), Argentina (292), Colômbia(252), Venezuela (233), Chile (176) e Peru (147). Segundo o estudo da ONU, os Estados Unidos continuam sendo o país que mais gera lixo eletrônico no mundo, seguido por China, Japão, Alemanha e Índia
Como descartar
Para auxiliar neste processo delicado, existem programas como o Descarte Legal, que possui diversos pontos de coleta pelo Brasil, e empresas como a Ecobraz, que retira e-lixo em diversos pontos do Estado de São Paulo. Algumas farmácias, livrarias e supermercados também possuem sistema de coleta.