
O desmatamento na Amazônia, infelizmente, é uma realidade. Porém, um estudo recente, realizado pelo IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), mostra que essa questão é muito mais preocupante do que parece. Os dados mostram que 35% do desmatamento registrado na região, entre agosto de 2018 e julho de 2019, foi ocasionado devido à grilagem na Amazônia.
Ou seja, a degradação ambiental ocorreu em áreas públicas, de maneira irregular, prejudicando um bem que é de todos os brasileiros. Se somássemos, ainda, o desmatamento ocorrido em áreas protegidas, o índice chegaria a 44%. Os números são baseados no Prodes, sistema oficial de monitoramento do desmatamento na Amazônia.

A partir desses dados, outra categoria que se destaca são os assentamentos. De acordo com o IPAM, em 2019, um comportamento bem diferente do esperado foi visto nas áreas de produção familiar. Dos 283 mil km² derrubados nessa categoria, 55% da área está concentrada em 57 assentamentos, que representam somente 6% dos 917 projetos que registraram retirada de árvores, durante o mesmo período de análise.
O que é grilagem na Amazônia
O termo grilagem vem da descrição de uma prática antiga de envelhecer documentos forjados, a partir do contato com grilos.
A grilagem na Amazônia surge para falsificar documentos e, ilegalmente, tomar posse de terras públicas ou de terceiros.
Dessa forma, as propriedades privadas acabam ficando maiores do que a própria Amazônia e a sua preservação é posta em risco.
Desmatamento atinge recorde
Entre agosto de 2018 e julho de 2019, o desmatamento na Amazônia atingiu 9.762 km². Este número representa o maior índice de desmatamento na região, desde 2008.
De acordo com especialistas, o desmatamento na Amazônia está próximo do seu ponto de inflexão. Ou seja, se os padrões se mantiverem, muito em breve não conseguiremos mais recuperar a floresta.
Caso isso aconteça, a temperatura da Terra aumentará até 4,5 ºC, o que colocará em risco toda a vida do planeta.