
por Peter Milko*
Nada como uma pandemia planetária para trazer à luz um fenômeno que acompanha a humanidade desde seus primórdios, e que passa quase desapercebido: a guerra dos microrganismos. Importantes episódios da história humana foram marcados pelo sucesso dos exércitos DELES, contabilizados em frações de mícrons (um milésimo de milímetro), que o tempo inteiro disparam suas munições contra NÓS, silenciosamente. O problema é quando NÓS estamos indefesos (sem anticorpos), contra os invisíveis onipresentes, extremamente obedientes e focados num só objetivo: reproduzir-se em corpo alheio.
Pois bem, para nossa infelicidade, isso acabou de acontecer, e estamos sentindo o resultado nesse momento. A novidade é que pelo menos sabemos que isso está ocorrendo, e entendemos o fenômeno (salvo desonrosas exceções), o que nos permite combatê-lo com alguma eficiência, como lavar as mãos. Só que nem sempre foi assim.
A conquista da América, em especial a espanhola, que derrotou com poucos homens os extensos impérios asteca e inca, no século 16, teve como um dos aliados esses exércitos invisíveis. É consenso entre os historiadores que ELES ajudaram muito no extermínio de 80% da população do império asteca, por exemplo. As divisões Sarampo, Varíola e Salmonella fizeram seu trabalho, ao atingir povos que nunca foram expostos às suas armas, que não lavavam as mãos, que não tinham noções de higiene avançadas. Assim, os microscópicos exércitos acéfalos ajudaram a mudar mais uma vez o rumo da história humana: não foi a primeira vez, e nem seria a última.

A realidade é que os exércitos DELES estão sempre à espreita. Quem diria que a simples lavagem das mãos e a limpeza dos ambientes poderia dificultar seus avanços! Para deixar isso claro, antes da pandemia do coronavírus, em 2019, a Horizonte levou o projeto “Histórias Ilustradas” para dezenas de escolas públicas de 4 cidades paulistas, onde nossa equipe mostrou como é possível evitar a contaminação dos alimentos, e de NÓS mesmos. Nos áudios, em www.historiasilustradas.com.br você pode conferir como alunos de 8 a 10 anos reagiram ou apreciar seus textos e desenhos: é emocionante.
(*) diretor geral da Horizonte Educação & Comunicação