
Muito tem se falado sobre os impactos dos incêndios na Amazônia relacionados à queima de matéria orgânica para preparo do solo para o recebimento de gado, afinal, elas são extremamente prejudiciais para a biodiversidade e para o clima. Enquanto isso, um estudo recente mostra os impactos positivos das agroflorestas para essas regiões.
O WWF-Brasil, em parceria com a Universidade Federal do Acre, EMBRAPA Acre e Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Acre, testou dois modelos diferentes de sistemas agroflorestais em duas áreas de solo distintas da Reserva Extrativista Chico Mendes.
Enquanto um deles empatou com o rendimento médio anual da soja, o outro obteve o dobro de lucratividade, comprovando que o desenvolvimento econômico no bioma, com geração de emprego e elevação de qualidade de vida, pode ser obtido com a floresta em pé.
De acordo com a pesquisa, no primeiro modelo de negócio, para cada real investido é possível se ter um lucro de R$ 1,60 ao final do ciclo produtivo, e no segundo modelo o lucro é de R$ 2,30 por real investido.
O retorno do investimento é relativamente curto (em torno de dois anos) e a rentabilidade por hectare calculada para 20 anos é o dobro da soja, no caso de um deles, e equivalente, no outro.
Além disso, a restauração florestal com agroflorestas é uma importante alternativa de inclusão social e produtiva na agricultura familiar, possibilitando geração de trabalho e renda, e proporcionando segurança alimentar e nutricional ao mesmo tempo em que promove a recuperação de áreas degradadas e a adequação ambiental dos estabelecimentos e posses rurais em conformidade com a legislação vigente