
Depois de anos de discussões, a União Europeia (UE) proibiu o uso dos neonicotinoides, os inseticidas mais usados no mundo e extremamente nocivos para as abelhas e meio ambiente. Defendida pela Comissão Europeia, a proibição foi votada por maioria qualificada dos países do bloco. “É um grande dia para nossa luta permanente por mais biodiversidade e contra os inseticidas nocivos”, afirma a ministra de Meio Ambiente de Luxemburgo, Carole Dieschbourg.
“A saúde das abelhas tem uma importância fundamental para mim, porque diz respeito a biodiversidade, produção de alimentos e meio ambiente”, comemorou o comissário o da União Europeia para assuntos de saúde e segurança alimentar, Vytenis Andriukaitis, também comemorou a decisão. Nosso especial “Mais abelhas, Mais alimentos” mostra que as abelhas são fundamentais para a polinização de 88% das plantas com flores conhecidas e 3/4 destas espécies fazem parte de nossa alimentação cotidiana.
Os vilões para as abelhas
Os inseticidas proibidos foram: clotianidina, o imidacloprid e o tiametoxam. Eles estavam suspensos desde 2013, depois de uma primeira avaliação da Agência Europeia de Segurança Alimentar por conterem substâncias prejudiciais ao sistema nervoso dos polinizadores.
Em 2013, a UE já havia colocado restrições, em primeira instância, contra essas três substâncias. Porém, as empresas afetadas pela restrição, apelaram. Uma decisão parcial proibiu então o uso dos inseticidas em cultivos que atraem abelhas, como milho, canola e girassol. A partir de agora, o uso do inseticida só está permitido em estufas, sob a condição de que as sementes e as plantas não sejam retiradas do ambiente fechado.
A Associação Europeia de Produtores de Produtos Fitossanitários não concordou com a proibição e acredita que este ato irá prejudicar o comércio e a população. “É lamentável que uma decisão tenha sido tomada para restringir ainda mais o uso de substâncias que têm grande importância para a agricultura na Europa”, comenta Graeme Taylor, membro da associação.